1 de dezembro de 2010

A VIDA NO SERTÃO É ASSIM


CONVERSA DE CABÔCO


Cumpade oia só o tempo
tá bonito mode chorrer
Ramos capinar depressa
mode dispôs nois correr
quem sabe nois chega im casa
antes do anoitecer.


É meu cumpade Chico
Me alegra o coração
Churrendo aqui acredito
Deus num esqueceu de nois não
Oi se num rosse a churra
se acabava o sertão.

Minha maior alegria é ré o primeiro trorão
Os passarin se alegra
A churra rem logo despôs
Agenta broca o roçado
Pranta feijão mil e arrois
E joga conversa fora, como agora faiz nós dois.

Oi quando chega dezembro
Fica nois nessa agonia
Sem saber se tem inrerno
Oiando o Céu noite e dia
Pedindo churra p'ros Santo
P'ra Deus e a Rirgem Maria.

Os açudes tudo sêco
Água mal dá mode beber
Se agente cria um bixim
Dá dó ré ele morrer
Quando escapa fica magro
Dá nem rontade de rer.

Agente aqui, rê de rerdade
Criança Morré de fome
Ré homi rei de idade
Se esquecer té do nome
Oí a sêca é danada
O pôco que tem se some.

Mais quando chega o inrerno
Que a água escorre no chão
Eita alegria medonha de ré chei meu cacimbão
Dá o mi, a melancia, dá o arrois o fejão
Caboco se alegra tanto
Que chora de Emoção.

Gente assim como nois cumpade
Sabe qual a diferença
Agente tem fé nos santo
Nóis aqui tem nossa crença

Mais tem caba por aí
Que tanto fez Tanto faz
Só se alembra de nois
Quando do ROTO rem atrás.


NÓS TEM QUE CRIAR RERGOIA
E SABER NOSSO RALOR
QUEM BOTA ESSIS HOMIS LÁ
SOMOS NÓS QUE É ELEITOR.


Poesia de Autoria desse blogueiro - LUIS LOPES
Fotos Camocim Terra do Sol.

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