13 de abril de 2010

CIRO É COMPARADO A UM ZUMBI.



Em seu blog, o jornalista Reinaldo Azevedo compara, nesta segunda-feira, 12, o presidenciável Ciro Gomes (PSB) a um “zumbi”. E ele diz o porquê. Confira:
“Eu não tenho nenhuma simpatia por Ciro Gomes. Zero! Acho que ele fala demais, cai freqüentemente na bravata, é de uma espantosa arrogância, confunde falta de educação com autenticidade… E vai por aí. Mas há um monte de gente que gosta. Tudo bem pensado, o cenário eleitoral de agora até poderia ser favorável a alguém como ele: afinal, passou pelo tucanato, aproximou-se do petismo, não é uma coisa nem outra, tem fama de moralizador (refiro-me à fama), fala com destreza — o que também não deve ser confundido com clareza, mas pouco importa. Em suma, Ciro tem, ou tinha, um patrimônio eleitoral respeitável. E o que o levou a se tornar quase um zumbi da política hoje, uma espécie de morto-vivo? A aproximação com Lula e com o PT. Não ter entendido a natureza do presidente e do seu partido foi seu erro fatal. Jamais seria, como escrevi aqui tantas vezes, um deles. Os petistas não abririam espaço para um sapo de fora que tem características personalistas e que não está imbuído dos mesmos “objetivos estratégicos” do partido. Quais “objetivos estratégicos”? Construir o próprio partido! E instalar no poder a nova classe social que o define, a burocracia sindical que compõe a “burguesia do capital alheio”, como chamo. Sua “amizade” com Lula jamais mudaria a sua própria natureza e a natureza do PT. Quem quiser se relacionar com a legenda e com o seu chefe máximo sem ser destruído tem de fazê-lo liderando um arsenal de destruição em massa, a exemplo do PMDB. Aí, sim. O partido, observem, ganhou todas as paradas contra o lulo-petismo. A última foi tirar Henrique Meirelles do jogo. Se os peemedebistas quiserem, Michel Temer será mesmo o candidato a vice de Dilma Rousseff. O PMDB tem como chantagear o governo e o PT. Essa é a única linguagem que os petistas compreendem. A alternativa é ser um mero subordinado. Ciro diz que o conúbio entre peemedebistas e petistas é um “roçado de escândalos”. É, sim! Mas quem disse que escândalos constragem uns e outros?
Ciro não tinha instrumentos para impor a sua vontade. E também não queria ser mero subordinado — ou cansou de sê-lo. Acreditava que seu bom comportamento poderia fazer com que Lula o escolhesse para a batalha contra José Serra. Nem pensar! O que o levou a tal engano? São vários fatores combinados. O excesso de amor próprio certamente contou muito. Mas também o ódio que devota aos políticos paulistas, a José Serra e FHC em particular, e àquela que considera a “elite” que prejudica o país. E foi justamente para esse colégio eleitoral que Lula o obrigou a transferir seu domicílio eleitoral.
Ciro topou e acreditou que poderia negociar numa posição de força. Ora, como poderia ser forte quem havia acabado de se dobrar diante de Lula? E acabou se transformando nisto que estamos vendo: um político que viu seu patrimônio eleitoral ser corroído pelo… petismo! Quem o transformou num político sem lugar na política foram os petistas, não os tucanos de São Paulo que ele passou a odiar com dedicada devoção.

Blog do Eliomar

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